Jeferson Charles de Almeida. O Jeff! Ele mesmo! Paulistano, nascido na Zona Sul, criado na Zona Norte, corintiano, filho do saudoso Benê e da dona Zilah, irmão do Émerson, da Juliana e do Ânderson, vitimado num crime passional em 1989, cujo assassino foi condenado e preso. Depois da tragédia, a família veio para Taquaritinga, e Jeff se insere na comunidade. Carismático, boa-praça; negrão, alto, magro; dançarino de primeira! Suas performances, ao lado do irmão Émerson e do amigo Marcelo Pregão, literalmente paravam o Clube Imperial nos anos 90! Talentoso também na música, percussionista versátil, acompanhou vários grupos da cidade nos bailes da vida. | ||
Participou de dois curtas-metragens produzidos e dirigidos pelo cineasta Neco Pagliuso: Cana (1999) e AUS (2005) – e se apresentou no Programa do Ratinho, no auge da audiência! A seguir, as visões do Jeff! |
Tendência Municipal: Jeff, quem dança melhor que você?
Jeferson de Almeida: Quando se fala em dança, o primeiro nome que me vem à cabeça é Michael Jackson. Mas James Brown é antes dele, já curtia o James Brow quando o Michael começou aparecer. Quando criança, em São Paulo, as festas de aniversário eram sempre lá em casa, e o som era samba e música black. A negrada chegava, os amigos, parentes, vizinhos, e a animação levava todo mundo a dançar, era fantástico! Sempre digo que meu irmão Émerson é bem melhor que eu, ele é “show de bola”, muito bom mesmo! Sempre foi o melhor do trio que você citou. E minha mãe! A dona Zilah é “habilidade”, tem um ritmo espetacular, é daquelas que faz até quem não sabe nada de dança se sair bem. Ela é capaz de “levar” qualquer um na pista. Quando meus pais, seo Benê e dona Zilah, entravam no salão, não tinha pra ninguém. Era show! Aqui em Taquá tem muita gente boa também. Entre os profissionais, o Carlinhos de Jesus tem muita técnica, é dos melhores dos dias de hoje.
TM: Existe música que não é possível dançar?
Jeff: Não! Toda música tem uma forma de dança junto. Aliás, todo movimento que você faz é um tipo de dança! Aí, alguém pode perguntar: mas, e a ópera, que todo mundo fica sentado, quieto, só assistindo? Eu digo que a dança está na imaginação, na cabeça de quem está ouvindo, no pensamento... O corpo está parado, mas a mente está dançando!
TM: Samba ou dance-music?
Jeff: Samba. Dance é dance, né? Quem gosta de dançar, curte uma pista, pra se divertir! Mas o samba é muito forte, é raiz, é arte – e é coisa de preto!
TM: Como você foi parar no Programa do Ratinho?
Jeff: Foi através de uma amiga, a Fernanda, que trabalha até hoje no SBT. Eu morava em São Paulo e, certo dia, ela me convidou: “Jeff, quer ganhar uma graninha e, ainda por cima, aparecer na TV?”. Respondi, na brincadeira: “se for para o bem de todos, eu topo!”. O programa era ao vivo, de segunda à sexta-feira; o do sábado era gravado na sexta. Cheguei ao SBT numa sexta, fiquei impressionado com o local, uma verdadeira cidade, prédios, estúdios, camarins. Nos bastidores, o Ratinho apareceu, cumprimentou os calouros, um por um, e perguntou quem queria se apresentar ao vivo e quem queria gravar para aparecer no dia seguinte. Escolhi ao vivo! Fui escalado pra cantar “Entre tapas e beijos”; a ideia era o famoso “quanto pior melhor”, tá ligado?! Aí, abriram-se as cortinas e cantei por uns 30 segundos! E recebi elogio do Ratinho! (risos). O cachê era pago em “cascalhos”, uma espécie de “moeda interna”, o equivalente, hoje, a uns R$300,00. Na fila do caixa, do meu lado, a Rita Cadilac... À noite, fui com minha amiga numa festa fechada do SBT, uma baladinha boa... Aí, são outras histórias. (risos).