sexta-feira, 22 de junho de 2012

Jeff Almeida

  Jeferson Charles de Almeida. O Jeff! Ele mesmo! Paulistano, nascido na Zona Sul, criado na Zona Norte, corintiano, filho do saudoso Benê e da dona Zilah, irmão do Émerson, da Juliana e do Ânderson, vitimado num crime passional em 1989, cujo assassino foi condenado e preso. Depois da tragédia, a família veio para Taquaritinga, e Jeff se insere na comunidade. Carismático, boa-praça; negrão, alto, magro; dançarino de primeira! Suas performances, ao lado do irmão Émerson e do amigo Marcelo Pregão, literalmente paravam o Clube Imperial nos anos 90! Talentoso também na música, percussionista versátil, acompanhou vários grupos da cidade nos bailes da vida.
Participou de dois curtas-metragens produzidos e dirigidos pelo cineasta Neco Pagliuso: Cana (1999) e AUS (2005) – e se apresentou no Programa do Ratinho, no auge da audiência! A seguir, as visões do Jeff!


Tendência Municipal: Jeff, quem dança melhor que você?

Jeferson de Almeida: Quando se fala em dança, o primeiro nome que me vem à cabeça é Michael Jackson. Mas James Brown é antes dele, já curtia o James Brow quando o Michael começou aparecer. Quando criança, em São Paulo, as festas de aniversário eram sempre lá em casa, e o som era samba e música black. A negrada chegava, os amigos, parentes, vizinhos, e a animação levava todo mundo a dançar, era fantástico! Sempre digo que meu irmão Émerson é bem melhor que eu, ele é “show de bola”, muito bom mesmo! Sempre foi o melhor do trio que você citou. E minha mãe! A dona Zilah é “habilidade”, tem um ritmo espetacular, é daquelas que faz até quem não sabe nada de dança se sair bem. Ela é capaz de “levar” qualquer um na pista. Quando meus pais, seo Benê e dona Zilah, entravam no salão, não tinha pra ninguém. Era show! Aqui em Taquá tem muita gente boa também. Entre os profissionais, o Carlinhos de Jesus tem muita técnica, é dos melhores dos dias de hoje.

TM: Existe música que não é possível dançar?

Jeff: Não! Toda música tem uma forma de dança junto. Aliás, todo movimento que você faz é um tipo de dança! Aí, alguém pode perguntar: mas, e a ópera, que todo mundo fica sentado, quieto, só assistindo? Eu digo que a dança está na imaginação, na cabeça de quem está ouvindo, no pensamento... O corpo está parado, mas a mente está dançando!

TM: Samba ou dance-music?

Jeff: Samba. Dance é dance, né? Quem gosta de dançar, curte uma pista, pra se divertir! Mas o samba é muito forte, é raiz, é arte – e é coisa de preto!

TM: Como você foi parar no Programa do Ratinho?

Jeff: Foi através de uma amiga, a Fernanda, que trabalha até hoje no SBT. Eu morava em São Paulo e, certo dia, ela me convidou: “Jeff, quer ganhar uma graninha e, ainda por cima, aparecer na TV?”. Respondi, na brincadeira: “se for para o bem de todos, eu topo!”. O programa era ao vivo, de segunda à sexta-feira; o do sábado era gravado na sexta. Cheguei ao SBT numa sexta, fiquei impressionado com o local, uma verdadeira cidade, prédios, estúdios, camarins. Nos bastidores, o Ratinho apareceu, cumprimentou os calouros, um por um, e perguntou quem queria se apresentar ao vivo e quem queria gravar para aparecer no dia seguinte. Escolhi ao vivo! Fui escalado pra cantar “Entre tapas e beijos”; a ideia era o famoso “quanto pior melhor”, tá ligado?! Aí, abriram-se as cortinas e cantei por uns 30 segundos! E recebi elogio do Ratinho! (risos). O cachê era pago em “cascalhos”, uma espécie de “moeda interna”, o equivalente, hoje, a uns R$300,00. Na fila do caixa, do meu lado, a Rita Cadilac... À noite, fui com minha amiga numa festa fechada do SBT, uma baladinha boa... Aí, são outras histórias. (risos).

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Padre João Francisco

  O TENDÊNCIA MUNICIPAL tem a satisfação de entrevistar o Padre João Francisco da Silva, responsável pela paróquia de São Sebastião, a maior e mais antiga da cidade. Natural de Pitangueiras/SP, 62 anos, formou-se em Filosofia pelo Seminário Diocesano de São Carlos/SP e em Teologia pelo Seminário Regional do Ipiranga de São Paulo, Capital (Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assumpção). Está em Taquaritinga desde 1979. Seu prestígio transcende à comunidade católica, é reconhecido por toda população como um agente da paz e da solidariedade, sempre pronto a ajudar quem o procura.
De voz afinada, gravou LPs e CDs de canções religiosas, com mensagens positivas, a pregar a “Palavra de Deus” na busca de um mundo melhor. Assinou, por décadas, uma coluna no semanário O Defensor e mantém um programa na Rádio Clube Imperial, pelo qual leva conforto a quem necessita e dá os melhores conselhos. Afável e cordial, falou, sem rodeios, sobre religião, sociologia, ecumenismo, música, política e os desafios da sociedade contemporânea.


Tendência Municipal: Quando e porque decidiu seguir a vida religiosa?

Padre João Francisco: A causa maior e principal foi o desejo, sincero e ardente, de amar a Deus de maneira total e absoluta e denotar à Igreja (“Povo de Deus”) toda minha dedicação. Isso foi um grande processo que, aos poucos, amadureceu, a partir dos 18 anos de idade. Aos 23 anos, ingressei no Seminário Diocesano de São Carlos.

TM: Qual a importância da religião na sociedade contemporânea?

Padre João: A Sociologia nos ensina que o ser humano é religioso por natureza. Pela Sagrada Escritura, percebemos claramente que, se o homem não adora e não serve a “Deus Único e Verdadeiro”, ele acaba “criando um para si” (“ídolo”). A Religião bem entendida e vivida leva o ser humano à paz, ao desenvolvimento pleno e à harmonia realizadora! A Fé no Deus Vivo e Verdadeiro nos dá liberdade total e nos faz, verdadeiramente, humanos! Só Deus tem o poder de revelar o homem ao próprio homem!

TM: Como é o relacionamento entre as diferentes religiões na comunidade taquaritinguense?

Padre João: Aqui, entre nós, tenho percebido que o relacionamento transcorre na paz, no respeito e na harmonia.

TM: Qual sua relação com a música?

Padre João: Hoje me sinto mais distante. Houve tempo em que me dedicava mais, procurava colecionar CDs dos cantores preferidos. Contudo, gosto muito da música, aprecio todos os gêneros, embora tenha algumas restrições com relação a certas letras e melodias. No campo da Pastoral, penso que a música é um grande veículo da Evangelização.

TM: Religião combina com política? O que se deve exigir de um governante?

Padre João: Acredito, sinceramente, que Religião e Política combinam, sim, e devem sempre combinar. Religião é vida e, a política, é a arte de organizar e orientar a vida na cidade; portanto, a Fé deve ser o fundamento que embasa a nossa vida e os nossos relacionamentos. O que devemos exigir de nossos governantes é que sejam justos, honestos e que respeitam o povo que lhes foi confiado. O poder (ou a autoridade) é um serviço que se realiza em favor do bem comum.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Mirian Ponzio

  Nossa entrevistada é a Mirian Ponzio, professora de História da Rede Pública de Ensino do Estado de São Paulo, Conselheira Estadual do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP) e integrante do Partido dos Trabalhadores (PT). Foi casada com o prefeito de Matão, Adauto Scardoelli, com quem teve quatro filhos, Fernando, Fabiana, Renato e Ricardo, e dois netos, Pablo Hailê (filho da Fabiana e do Pablo) e Ana Luiza (filha do Fernando e da Natália). Candidata a vereadora por três vezes, consolidou um eleitorado fiel com suas propostas em defesa da Educação, Cultura e políticas para as mulheres
É Secretária Geral do Diretório Municipal do PT – e uma das principais lideranças femininas da política taquaritinguense, sendo a candidata mais votada do partido nas últimas eleições municipais.


Tendência Municipal: Qual seu trabalho junto à APEOESP?

Mirian Ponzio: A APEOESP hoje é um dos maiores sindicatos da América Latina, representada em 93 regiões do Estado de São Paulo. As principais finalidades são defender os interesses individuais e coletivos dos professores, aposentados e da ativa. E, principalmente, lutar, juntamente com outros setores da população, pela melhoria do ensino, em especial do ensino público e gratuito, em todos os níveis. É o sindicato que mais negocia com o governo questões salariais, profissionais e educacionais. Atualmente, sou Conselheira Estadual, e meu campo de atuação é na subsede de Jaboticabal. Meu trabalho é levar o professorado até o sindicato e o sindicato até o professorado, ou seja, mostrar que com união e organização podemos melhorar a vida do profissional e, consequentemente, a educação paulista. Porque sem um professor valorizado e motivado não há educação eficaz e de qualidade que contribua para formação de cidadãos plenos.

TM: O diretório do PT conta, tradicionalmente, com mulheres em suas fileiras. Como membro da Executiva municipal, qual sua proposta para incentivar a participação das mulheres no partido?

Mirian: A presença das mulheres no Partido dos Trabalhadores sempre foi marcante. A primeira metrópole que governamos foi com uma mulher, a Luiza Erundina, em São Paulo. Depois dela, podemos citar inúmeros exemplos: Marta Suplicy, Benedita da Silva, até chegar a nossa presidenta Dilma. Esse histórico demonstra que o PT sempre incentivou a participação das mulheres e isso pode ser notado desde sua formação com a criação dos Setoriais de Mulheres e de Gênero. Acredito que é necessário criar mecanismos de participação, debates e reuniões, que aproximem os diferentes segmentos da sociedade, como funcionárias públicas, trabalhadoras rurais, domésticas, profissionais liberais etc. E, sobretudo, atuar conjuntamente nas associações de bairro, nas entidades assistenciais e demais organizações da sociedade civil.

TM: As mulheres estão em “alta” na política, sobretudo com os índices recordes de aprovação da presidenta Dilma. Como fazer para que isso se repita no nível municipal?

Mirian: Na hora em que você leva uma mulher para a Presidência da República mostra que o País está preparado para as mulheres ocuparem cargos de poder. São questões que vamos ter que enfrentar. Penso nas meninas e nas jovens - que nunca viram uma mulher desempenhando uma função no poder - terem agora uma presidenta! Isso incorpora nelas uma frase que a Dilma dizia na campanha: “mulher pode”. Na minha avaliação, o eleitorado em geral aprovou o modo feminino de legislar e governar. Claro que ainda há preconceito, principalmente em cidades menores. Avalio que devemos mostrar à sociedade que governar uma cidade é igual tomar conta de uma casa: não se pode gastar mais que recebe, tem que dar prioridade aos assuntos mais importantes, e principalmente, cuidar dos filhos, no caso das cidades, os “cidadãos”, com carinho, dando-lhes oportunidades para crescer. Infelizmente, no município, não temos uma plena participação das mulheres na corrida eleitoral. Isso vem mudando aos poucos e nessas eleições, tenho certeza, que terão mais candidatas e ocuparemos maior espaço nos cargos de decisão da cidade. Entretanto, entendo que devemos ressaltar a importância do voto ser consciente, em candidatas ou candidatos que tenham propostas concretas, que defendam bandeiras e projetos ao longo do ano e da vida.

TM: Como avalia a atual administração municipal, notadamente em relação à Educação e à política para as mulheres?

Mirian: No âmbito geral, apesar de alegarem avanços, entendo que a atual administração foi bastante tímida em relação às áreas culturais sociais e econômicas, sobretudo por não estabelecer maior parceria com o governo federal. Podemos perceber o avanço social, econômico e cultural em municípios próximos que estabeleceram tal parceria. Em relação à Educação, tenho conversado bastante com profissionais da área e percebido grande descontentamento, por diversos aspectos, como a falta de participação nas decisões políticas, a falta de um estatuto do magistério e falta de um plano de cargos, carreiras e salários. Em relação à qualidade do ensino e formação dos alunos, existem projetos e recursos do governo estadual e federal que não vêm sendo utilizados, por exemplo, os laboratórios de informática, em praticamente todas as escolas municipais, estão desativados, sem profissionais capacitados para acompanhar professores e alunos. No município, não existe política pública específica para mulheres, o que existe são ações pontuais e positivas como cursos profissionalizantes (costura, cozinha etc.) e campanhas voltadas para a saúde da mulher. No entanto, entendo que deveria ser tratada com mais atenção, criando-se uma Secretaria específica para questão de gênero, promovendo ações articuladas e desenvolvendo programas estruturados ao longo de toda gestão.

TM: Quais são os seus planos para 2012?

Mirian: Nós, do Partido dos Trabalhadores, queremos uma cidade bonita e um povo feliz, que tenha oportunidade de crescer economicamente, que tenha tratamento digno na área da saúde, que possua ensino de qualidade e possibilidade plena de cultura, esporte, lazer, emprego e habitação, de maneira sustentável. Ou seja, que Taquaritinga se desenvolva no ritmo do Brasil, implantando o Modo Petista de Governar, que obteve tanto sucesso com o Presidente Lula e, atualmente, com a Presidenta Dilma. Estou à disposição do partido e da sociedade para auxiliar, com muita garra, a concretização desse sonho. Espero que 2012 seja o ensaio para mudança que deverá ocorrer a partir de 2013, com uma grande renovação Câmara dos Vereadores e no Executivo.