quarta-feira, 17 de abril de 2013

ALESSANDRO PÉRSICO

  Alessandro Pérsico nasceu em São José do Rio Preto em 1969. Filho do saudoso bancário Osmar Pérsico e da professora Cláudia Pérsico, mudou-se com a família para Taquaritinga no final da década de 1970 – desde então, se tornou taquaritinguense de coração. Casado com a Silmara Prandi Pérsico, atua na área de seguros desde 1995; passou por São Paulo, Rio, Campinas e Ribeirão Preto. Iniciou sua carreira profissional no sistema bancário em São Paulo no final dos anos 80, quando militou no movimento sindical e se aproximou do pensamento político da esquerda-progressista. Estabeleceu-se em Ribeirão, se formou em Marketing pela Universidade Moura Lacerda e cursou pós-graduação em Gestão Financeira na FAAP.
Gerente Regional da Marítima Seguros, uma das mais importantes seguradoras do País, é professor da Escola Nacional de Seguros em Ribeirão, Franca e São Carlos. Sãopaulino roxo, apreciador – e estudioso – dos bons vinhos, faz da coerência política e da responsabilidade social as principais características do seu jeito de ser e de viver a vida.


Tendência Municipal: Na juventude, você foi militante político, ligado à área moderada do PT. Que análise faz da situação socioeconômica brasileira, após mais de uma década de governo Lula/Dilma?

Alessandro Pérsico: Em 1989, quando trabalhava no Banco Banorte, na rua XV de Novembro, em São Paulo, tive o prazer de participar do movimento em defesa dos interesses da classe bancária. Naquela época, o Sindicato dos Bancários era presidido por Maria Cristina Tita Dias e tinha a participação efetiva do também bancário (banespiano), o então deputado federal Luiz Gushiken. Foi aí que o meu interesse pela Política cresceu; passei a militar ativamente nos movimentos da classe, participar de atividades de cunho político-social e me identifiquei com o PT. Acredito que a continuidade do PT à frente da presidência na última década contribuiu sistematicamente para que o processo de democratização, o equilíbrio econômico e, principalmente, a diminuição da desigualdade social, se mantivessem em níveis satisfatórios. Minha única queixa – e não tem nada ver com o PT ou qualquer outro partido – é a falta de dignidade e comprometimento de muitos políticos com os interesses da população e do País. Enfim, penso, sinceramente, que ainda há muito que evoluir, porém os primeiros passos já foram dados, o Brasil vem se desenvolvendo, as diferenças sociais diminuindo, os números estão aí...

TM: Fale-nos da situação do mercado de seguros no Brasil.

Pérsico: Minha Profissão... Fala-se muito no mercado securitário, que o Seguro é como uma “cachaça”, que depois que se experimenta nunca mais se deixa... A história do seguro no Brasil data de 1808, com a abertura dos portos ao comercio exterior. De lá para cá, nem preciso dizer, muita coisa mudou. Para se ter uma ideia, entre meados da década de 70 e fins de 80, o mercado de seguros se encontrava estagnado; de 1990 para cá, o mercado mudou bastante, as seguradoras obtiveram maior liberdade de fixação de preços, criaram-se novos produtos, as companhias internacionais passaram a operar no Brasil e o mercado segurador mais que dobrou. A receita anual com prêmios de seguros e contribuições a planos de previdência passou de US$ 32,00 por habitante, em 1990, para US$ 395,00 em 2012 (valores estimados); no mesmo período, o PIB subiu de 1,2% para 3,4%. Em 2012, a arrecadação atingiu R$ 252,4 bi em prêmios diretos de seguros, o que significou 5,6% do PIB. Já em pagamento de indenizações de sinistros, benefícios assistenciais e resgates de planos previdenciários e de capitalização, o valor foi a R$ 135,2 bilhões (3,05% do PIB).

TM: Qual sua opinião sobre a indústria vinícola nacional? O vinho brasileiro é de boa qualidade?

Pérsico: A qualidade do vinho depende de vários fatores, principalmente do tipo de solo e das condições climáticas. O Brasil sofre um pouco com isso, temos poucas regiões que oferecem solo e clima adequados para o cultivo de uvas destinadas à produção de vinhos finos, mas estamos evoluindo, principalmente quanto aos vinhos espumantes, nos quais já somos referência mundial. Economicamente, não é muito diferente, também estamos avançando. Em 2011, foi consumido, no Brasil, 1,9 litro de vinho per capita – e existe uma estimativa que chegue a 2,5 litros até 2016. Na França, maior consumidor de vinho per capita do mundo, ao contrário, houve um decréscimo: em 2010 eram 57 litros por pessoa, e para os próximos anos estima-se uma queda para “apenas” (pasmem!) 30 litros por pessoa (risos). O cenário é bom para o Brasil, estou fazendo a minha parte... (risos).

TM: O que Taquaritinga tem de especial?

Pérsico: Como você mesmo disse, é a cidade do meu coração... Foi em Taquaritinga que passei toda minha infância e adolescência, foi onde criei raízes e onde cultivo meus melhores amigos. Embora seja natural de Rio Preto e resida em Ribeirão, tenho orgulho de dizer que sou taquaritinguense!

domingo, 31 de março de 2013

MARCOS MARONA

  Nossa entrevista é com Marcos Rui Gomes Marona, também conhecido como Marcos “Bonilla”. Gaúcho de Porto Alegre, é casado com a taquaritinguense Mazé Fanelli, com quem tem o filho Guilherme; é pai do Juliano e da Gisela. Formado em Administração, pós-graduado em Psicopedagogia, cursa especialização em Formação de Professores para o Ensino Superior. Jornalista, diretor-financeiro do Colégio Objetivo, presidente da ONG Apoio (gestora da Fundação CASA), foi secretário Municipal da Cultura, cargo que acumulou com a presidência do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e do Conselho da Comunidade.
Atual primeiro suplente de vereador, é assessor do deputado estadual Welson Gasparini (PSDB). Uma conversa franca sobre política, cultura, Fundação CASA, Cine São Pedro – e como divide a paixão entre o Internacional de Porto Alegre e o Tricolor do Morumbi.


Tendência Municipal: Para começar, como você se define: sãopaulino ou colorado?

Marcos Marona: Certamente colorado. Os gaúchos têm uma paixão por futebol e ao mesmo tempo uma rivalidade muito grande entre Inter e Grêmio. Se não respondo colorado e algum gremista fica sabendo, vou ser gozado a vida toda. Aqui em São Paulo optei pelo Tricolor do Morumbi.

TM: Taquaritinga é conhecida por sua tradição artística. Faça-nos um resumo de sua gestão à frente da secretaria Municipal da Cultura.

Marcos: Quando se está de fora, a gente não tem noção das dificuldades que os gestores têm para conquistar os seus objetivos. Na época em que estive como secretário de Cultura, fizemos muitas coisas. Em primeiro lugar, destaco a criação da secretaria Municipal de Cultura, pois era apenas um departamento. Para se conquistar verbas, sendo uma secretaria, tudo é mais fácil. Outra conquista importante foi a criação do nosso Museu Histórico Municipal “José Martins Sanches Filho”. Na Cultura ocorrem muitas efemérides e poucas coisas que realmente ficam para a população, como foi o caso do museu. Outro projeto que foi de suma importância na minha gestão foi o “Domingo na Praça”, onde em 37 edições levamos cultura, lazer e ações de saúde e cidadania a todos os bairros da cidade. Sinto não ter tido tempo de consolidar o Conselho Municipal de Cultura para por Taquaritinga no Sistema Nacional de Cultura, com um Fundo de Cultura e um Plano Municipal de Cultura, mas tenho certeza de que o secretário atual completará este trabalho.

TM: Uma das expectativas dos taquaritinguenses é a revitalização do Cine São Pedro. O que já foi feito e qual sua expectativa do novo governo para reativar esse espaço?

Marcos: Acredito que o passo mais importante já foi dado, que foi a aquisição do prédio pela administração anterior. O prédio está quitado e com o projeto executivo pronto e pago. Cabe à atual administração buscar verbas, seja federal ou estadual, para a execução do projeto. Sempre digo que, na verdade, o que precisamos é de um Centro Cultural, mas as pessoas falam muito em cinema. Na verdade, cinema pertence mais à iniciativa privada, mas teatro normalmente é público. Portanto, temos que ir em busca de verbas para o nosso teatro, pois assim fica mais fácil de conseguir. O cinema será uma consequência. É preciso ficar claro, de uma vez por todas, que o cinema sempre foi privado, antes foi da família Curti e depois da ONG ACULTA, que fiz parte nos anos 90. Nenhum governo disponibilizará verbas para um cinema, mas para teatro sim.

TM: Como funciona a administração da Fundação CASA-ONG Apoio?

Marcos: A Fundação CASA é um Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente ligado à secretaria de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania. Existem 59 unidades no Estado de São Paulo que funcionam com capacidade para 40 jovens em internação e 16 em internação provisória e são geridas em parceria com entidades indicadas pelos municípios, que é o caso da nossa ONG. Digo sempre que o CASA é movido por um tripé: o Estado, com os agentes de segurança e direção da unidade; a empresa de segurança privada que cuida do patrimônio; e a ONG que compartilha com o Estado o gerenciamento da unidade. A ONG emprega 34 pessoas, todas de Taquaritinga, sendo psicólogas, assistentes sociais, pedagogas, arte educadores e pessoal administrativo. É bom salientar que os cargos de presidente, como o meu, e os de direção, não são remunerados. Para se ter uma ideia, a ONG movimenta mensalmente cerca de R$ 140 mil, sendo que tudo é comprado exclusivamente na nossa cidade. O novo modelo de ressocialização vem dando certo e não tem nada a ver com a antiga FEBEM.

TM: Em 2008 e 2012, você foi candidato a vereador e obteve expressivas votações. Quais seus planos para o futuro?

Marcos: Em 2008 tive 537 votos que me deixaram orgulhoso, pois fazia apenas dois anos que eu tinha voltado para Taquaritinga. Em 2012 fui o 10.º mais votado e um dos poucos candidatos que aumentou a votação em relação a 2008, pois tive 617 votos. Infelizmente, a minha coligação não foi tão bem e fizemos apenas quatro cadeiras na Câmara me deixando como primeiro suplente. Há um mês, fui convidado pelo deputado Welson Gasparini para ser seu assessor em 24 cidades da nossa região, o que me encheu de orgulho novamente, pois se trata de um político diferenciado. Sempre digo que quem entra na política dificilmente sai. É cedo para falar do futuro político, mas uma coisa posso garantir: continuarei fiel ao grupo político que me lançou candidato, liderado pelo ex-prefeito Paulo Delgado.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Melina Bassoli

  Melina Bassoli nasceu em Araraquara, em novembro de 1984; dois dias depois, já estava de volta à Taquaritinga; ao concluir o Ensino Médio, foi à Londrina para se formar em Ciências Sociais pela UEL e hoje reside em São Paulo. Voltava regularmente à terrinha para ministrar aulas de Sociologia e História da Arte no Colégio Objetivo; na Capital, foi professora de História no Colégio Diáspora e segue se preparando para o concurso do Instituto Rio Branco (o mais disputado do País), visando à carreira diplomática. Filha de sãopaulino e neta de palmeirenses e corintianos, é torcedora do Santos... De alma livre e mente aberta, pode ser considerada uma cidadã do mundo, viajou pela Europa e América do Sul.
E não perde um carnaval: todo ano, participa dos desfiles no Rio e em São Paulo – seu coração é verde-e-rosa, apaixonada pela Estação Primeira da Mangueira. Melina é um exemplo de intelectual da nova geração: inteligente, culta, poliglota, estudiosa (certificou-se em Astronomia pelo Planetário Municipal de São Paulo). As visões da contemporaneidade embasadas no estudo da História: o Brasil e o mundo, por Melina Bassoli.


Tendência Municipal: A Sociologia explica?

Melina Bassoli: A resposta mais simples seria [explica] a sociedade. A sociologia busca métodos para explicar como funcionam as interações sociais, por meio das repetições das relações sociais. A sociologia é uma ciência, assim, formulam-se hipóteses, que usam regras, métodos e experiências para verificá-las e saber se são aplicáveis. Ela pode ser usada tanto para explicar a ordem social, como para criticá-la, a fim de superar certas relações de poder.

TM: Qual o papel da Arte no desenvolvimento da “raça humana” e qual sua importância na sociedade contemporânea?

Melina: Muitos antropólogos atualmente concordam que é a capacidade de produzir cultura que diferencia os seres humanos dos outros animais. A arte é uma das principais manifestações culturais da humanidade, tão importante como a fala e a escrita. A produção artística é uma forma de legado para as próximas gerações; tanto que, na sociedade contemporânea, as artes são usadas como importante documento para a pesquisa histórica. As pessoas, ao produzirem arte, retratam o mundo de sua época, ou lançam vanguardas artísticas para questioná-lo, o que não deixa de ser um retrato de seu tempo; mesmo o questionamento da ordem é uma forma de nos contar o que acontecia. Hoje em dia, é comum ler grandes intelectuais decretando que já não existe mais arte; pessoalmente, acredito que arte continua tendo o papel que sempre teve e servirá como melhor retrato da nossa sociedade atual do que muitos tratados científicos ou textos jornalísticos.

TM: Diante da Globalização, como analisa as relações internacionais? A ONU deve ser reformada?

Melina: A globalização torna as relações internacionais mais intensas – e os países dedicam grande parte de suas agendas a elas. As organizações multilaterais adquirem um papel cada vez maior nas relações internacionais, sendo que a mais importante é a Organização das Nações Unidas, criada efetivamente após a Segunda Guerra para a promoção de paz e segurança e evitar uma nova guerra mundial – nesse sentindo mais amplo, a ONU é bem sucedida. No entanto, continuam existindo guerras, terrorismo, tráfico internacional de drogas, de pessoas, de armas... Os próprios Estados membros da Organização sofrem com denúncias de violação dos direitos humanos. Assim, a ONU precisa ser reformada para ter um papel mais firme; a sua fraqueza diante das nações mais poderosas ficou evidenciada depois da última invasão do Iraque pelos EUA. O Itamaraty [ministério das Relações Exteriores do Brasil] é a favor da reforma da ONU; o próprio ex-secretário geral, Kofi Annan, era a favor de sua reformulação, inclusive alguns pontos cruciais foram reformados na sua gestão, como a substituição da Comissão de Direitos Humanos pelo Conselho de Direitos Humanos, criado justamente para reparar a inação que a caracterizava. A reforma da ONU deve continuar para solucionar outros pontos importantes da agenda internacional.

TM: Desde a última década, o Brasil se esforça para incrementar sua influência na geopolítica global, inclusive se apresentando como mediador de conflitos e como parceiro socioeconômico de nações do “terceiro mundo”. A política externa brasileira está no caminho certo?

Melina: Durante quase todo o século 20, com exceção de alguns governos, a política externa brasileira era voltada para aumentar o poder de barganha com os EUA em busca de alguns benefícios, como empréstimos financeiros – isso quando não estava totalmente aliada aos interesses norte-americanos. O resultado dessa estratégia foi uma grande dependência econômica e até política. Recentemente, temos a diversificação de parcerias, que é estratégica para não deixar o País a mercê das marés econômicas de outros países, além de ajudar o Brasil a conseguir maior apoio para realizar projetos de seu interesse, como a referida reforma da ONU. A opção pelo aumento da cooperação “Sul-Sul” é uma forma de expandir novas fronteiras comerciais e culturais, além de nos reafirmarmos como país soberano, que não precisa da “tutela” das grandes potências. A participação em missões de paz e em resoluções de conflitos aumenta ainda mais o prestígio do Brasil, e o diálogo amistoso com praticamente todo mundo nos faz despontar como país de relevante importância no cenário internacional. Por tudo isso, a meu ver, a política externa brasileira está no caminho certo.

TM: A diplomacia conseguirá se impor ao belicismo ou a paz mundial é um sonho impossível?

Melina: Eu acredito na diplomacia, mas não como forma de imposição. Penso que será cada vez mais perceptível aos atores internacionais que os ganhos que obtêm agindo diplomaticamente são maiores dos que os obtidos pela ação bélica. Provavelmente sempre existirão conflitos entre diversos desses atores, porém, a busca pela resolução pacífica de controvérsias deve ser mais frequente. Esse é o caminho escolhido pelo meu País – e aquele em que acredito.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Roberto Ogasawara

  O advogado Roberto Yoshikazu Ogasawara nasceu em Taquaritinga, tem 42 anos, é casado com Rosana, pai da Cíntia e da Roberta. Formado em Direito pelo Centro Universitário de Araraquara (UNIARA), foi eleito presidente da 75.ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Taquaritinga, da qual era Diretor-Tesoureiro desde 2007, tendo focado sua gestão na austeridade financeira e na transparência fiscal. Em 2012, por ocasião das licenças do então presidente Eduardo Moutinho e do vice Luisinho Bassoli, ocupou, interinamente, a presidência da Subseção. Membro da Loja Maçônica Líbero Badaró, presidiu a tradicional associação nipônica Kai Kan.
É conhecido pela cordialidade e amabilidade na vida privada, e pela competência e lisura na carreira profissional – não perde a calma nem mesmo quando o assunto é a crise no seu Palmeiras... Passamos a conhecer melhor o advogado Roberto Ogasawara, que estará à frente da Subseção taquaritinguense de uma das mais importantes entidades de classe do País, a OAB.


Tendência Municipal: Faça-nos um resumo de sua gestão como Diretor-Tesoureiro da OAB de Taquaritinga.

Roberto Ogasawara: Durante os últimos seis anos, exerci o cargo de Tesoureiro e, a exemplo dos demais diretores, iniciamos nossa gestão ainda muito jovens, mas convictos de que faríamos uma administração eficiente. Particularmente, na Tesouraria, minha atuação era limitada, já que atrelada aos parcos recursos obtidos através das cópias reprográficas (única fonte de receita da Subseção). Busquei, então, ter participação direta no cotidiano da Subseção e vivenciei cada momento (bom ou ruim), me inteirando da responsabilidade para com os destinos da Advocacia taquaritinguense, com a consciência de que integrava um verdadeiro grupo e que poderia contribuir com a gestão.Sinto-me orgulhoso em fazer parte das relevantes conquistas que muito favoreceram e auxiliaram os Advogados no exercício profissional, destacando alguns pontos que nortearam nosso trajeto e que foram fundamentais para que chegássemos a um índice de aprovação no SGQ – Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9001) superior a 91%, contribuindo positivamente no melhor posicionamento das Subseções de médio porte. Isso graças ao funcionamento exemplar da Comissão de Assistência Judiciária, à independência e autonomia de todas as Comissões e o estabelecimento, e consequente cumprimento de metas, por parte de nossos colaboradores (funcionários). Congratulo-me com os demais diretores pela conquista e instalação da ESA [Escola Superior de Advocacia]; pela reativação da Casa do Advogado [do bairro Talavasso], onde climatizamos o auditório, ativamos a praça de esportes, instalamos a triagem do Convênio da Assistência Judiciária e o funcionamento da Comissão de Ética e Disciplina. Valorizo, também, a constante renovação e atualização de nossas instalações e equipamentos; e, por fim, sinto-me realizado por ter participado da instalação do Anexo Fiscal e do Juizado Especial e da 3.ª Vara (que passou de sonho a realidade).

TM: Por que decidiu se candidatar a presidente da Ordem e como se deu a composição de sua chapa?

Roberto: Relacionei acima algumas conquistas, mas não eram suficientes para que me sentisse totalmente satisfeito. Em razão da experiência que adquiri nesses anos de atuação em nossa entidade, na qual imperou a ordem e a harmonia em sua diretoria, tinha convicção de que estava bem preparado para dirigir os destinos da Advocacia taquaritinguense, pois conhecia os problemas da classe e as complexas engrenagens da OAB/SP. Dirigir a nossa OAB nos dias atuais demanda experiência, conhecimento, equilíbrio, sensibilidade. Escolhido dentre meus pares, que viam em mim essas virtudes, não pude recusar a missão de suceder ao atual presidente. Foi um gesto de gratidão que procurei dar ao presidente Eduardo Moutinho, a retribuição pelo prazer de desfrutar de sua amizade e companheirismo ao longo dessa jornada, que termina coroada de êxito. Tive total liberdade para compor a chapa para a disputa eleitoral. Nesse contexto, escolhi com muita propriedade e acerto todos os companheiros. Destaco, inicialmente, o Dr. Fabio Baron e a Dra. Fabiana Vasquez, o primeiro por seu trabalho realizado na atual gestão como membro atuante da Comissão de Prerrogativas, a defender inúmeros colegas que se viram envolvidos injustamente em investigações ou ações penais. Já a Dra. Fabiana, chamou-me a atenção o fato de questionar seus direitos, sempre com educação, serenidade e firmeza – asseverei que ela era muito importante para os embates com as autoridades que ainda ousam desrespeitar Advogados e Advogadas. A Dra. Fabiana compreendeu a importância de fazer parte do grupo, tem o perfil de líder, e aglutinou muitas Advogadas ao seu redor, que se conscientizaram de ter a retaguarda de uma direção nos embates do cotidiano forense. Quanto aos nossos outros dois integrantes, Dra. Viviane Vieira e Dr. Valdir Tiezi, destaco na juventude deles a força maior para uma renovação – e não me decepcionei, ao contrário, fiquei maravilhado com seus empenhos na militância de nossa chapa e os apoios que trouxeram, desde os mais jovens advogados até as grandes lideranças da advocacia. Sabia que essa não seria a eleição de um só candidato ou de uma chapa de cinco nomes, mas de muitos Advogados que compõem um grupo que vem trabalhando em prol da Ordem há seis anos, para que não se percam os avanços que foram alcançados e para garantir aqueles que ainda virão.Portanto, em nossa chapa, vencedora, todos estão habilitados a prosseguir com o excelente trabalho que foi realizado até aqui e, doravante, dar um salto no sentido de evoluir para uma OAB ainda melhor.

TM: Quais são seus projetos para a OAB?

Roberto: Mais que um simples projeto, enxergo a necessária elevação de Entrância de nossa Comarca, de Inicial para Intermediária, como condição vital para a continuidade dos serviços forenses e maior celeridade na entrega da prestação jurisdicional. Daremos continuidade ao trabalho desenvolvido pela atual gestão, servindo-nos da receptividade junto à Secional, fortalecendo a nossa OAB, que deverá caminhar independente, prestando bons serviços aos Advogados; pela manutenção da ESA e aprimoramento dos advogados através de seus cursos de extensão, aperfeiçoamento e especialização; o fortalecimento do Espaço CAASP; a melhoria constante de nossos equipamentos/instalações. Quanto ao eventual desprestígio propalado por alguns de nossa classe nos últimos tempos, vamos combatê-lo com uma Ordem presente e solidária, não apenas com a Advocacia enquanto Instituição, mas com cada Advogado. Posso assegurar que estarei à frente de uma nova Ordem que, pelo trabalho realizado, foi reconduzida ao papel ativo e presente no processo democrático e na luta pelo Direito, tal como ocorreu nos anos soturnos da ditadura. Farei esforços para que o brilho da Instituição esteja sempre à frente dos inevitáveis desejos humanos movidos pela vaidade.Prestigiaremos e daremos total liberdade às Comissões, a exemplo da atual diretoria, com destaque, também, ao bom funcionamento das comissões de Ética e Disciplina e de Esportes, nas quais nos espelharemos para dar maior visibilidade às Comissões do Jovem Advogado e da “OAB vai à escola”, para o contato direto com o colega em início de carreira e a adoção de medidas que possam facilitar o exercício profissional do iniciante. Também vejo a necessidade de otimizarmos as Comissões de Seguridade Social, Cultura e Eventos e da Mulher Advogada.

TM: Esse ano, as eleições da classe coincidiram com as municipais. O que espera do novo prefeito e como deve ser a relação da OAB com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário?

Roberto: Tenho afirmado, categoricamente, que Taquaritinga tem jeito! Basta nos unirmos e, transitado em julgado o processo eleitoral, torcer para que o governo do prefeito Dr. Fúlvio Zuppani seja o melhor possível. E que nossa Subseção seja um referencial, pois todos que por aqui passaram tiveram sabedoria para governar para todos e superar os ânimos acirrados de campanha. Portanto, desejo que o Dr. Fúlvio tenha consciência que os desafios enormes que estão pela frente sejam enfrentados com firmeza, criatividade e bom senso. De minha parte, faço um pedido singelo, que espero esteja em sua pauta, pelo período de sua gestão, transcrevendo o que disse Adrian Rogers: “O governo não pode dar para alguém aquilo que tira de outro alguém. Quando metade da população entende a ideia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação. É impossível multiplicar riqueza dividindo-a”. Como presidente da OAB, terei uma interlocução permanente com o Poder Judiciário, com urbanidade e, em especial, com independência, para a agilização dos processos e aprimoramento dos serviços prestados ao jurisdicionado. Farei também gestão junto aos Poderes Executivo e Legislativo, da esfera municipal até a federal, para aprovação de projetos de interesse da Advocacia e da cidadania, lutando pela efetiva instalação da 4.ª vara (já criada), pela contratação de funcionários e pela elevação de Entrância.

TM: E com o Ministério Público?

Roberto: A relação com o MP sempre foi pautada pela cordialidade, já que por aqui passaram excelentes profissionais, que deixaram saudades. Ultimamente, vivenciamos acontecimentos desagradáveis que, infelizmente, eclodiram por ocasião da readaptação do espaço do Fórum para abrigar a 3.ª Vara. Não sou adepto do “revanchismo” e tampouco acho que seria justo atacar tão nobre Instituição por conta de episódios já superados, mas a realidade que todos enxergamos é a necessidade da desocupação do prédio do Fórum pelo Ministério Público que, a exemplo de outras tantas comarcas, deverá se instalar em espaço próprio.

TM: Pra encerrar, e o Palmeiras, heim?

Roberto: Sem dinheiro e com a diretoria que tem... Mesmo assim, sou otimista: em 2013, seremos campeões Paulista, da Libertadores, Bi da 2.ª Divisão do Brasileirão e do Mundial Interclubes!!! (risos).

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Dimas Ramalho

  O entrevistado desta edição é o Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Dimas Eduardo Ramalho. Taquaritinguense, filho do saudoso Doutor Horácio Ramalho (célebre advogado, professor e político) e da Professora Jerssey De Paula Ferreira Ramalho. Casado com a Andrea, pai do Horácio Neto e do Marcelo. Talentoso jogador de futebol e atleta profissional do CAT, na juventude foi líder estudantil, presidente do LEMA (Liga Estudantina Machado de Assis) na Escola Nove de Julho. Na Faculdade de Direito do Largo São Francisco da USP, presidiu o Centro Acadêmico 11 de Agosto e lutou pela Redemocratização e Anistia no Brasil. Após a universidade, ingressou por concurso público na carreira de Promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo. Professor titular da cadeira de Direito no Centro Universitário de Araraquara (UNIARA), foi vice-presidente da Nossa Caixa, Secretário de Estado da Habitação, e Secretário de Serviços de São Paulo. Em 1990, pelo PMDB, estreou na carreira política e dois anos depois, em 1992, assumiu seu primeiro mandato, como deputado estadual na Assembleia Legislativa e depois foi reeleito por duas vezes.
Pelo PPS, foi eleito deputado federal, em 2002, e reeleito para a Câmara dos Deputados nos anos de 2006 e 2010. Em 2012, foi eleito por unanimidade pela Assembleia Legislativa, para exercer o cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São Paulo.


Tendência Municipal: Você começou no movimento estudantil em Taquaritinga, na Escola Nove de Julho, e, mais tarde, na Faculdade de Direito. Faça-nos um resumo dessa época.

Tive uma grande formação política em toda minha vida. Meu pai sempre discutiu muita política em casa. Quando garoto, eu acompanhava as eleições e todos os movimentos da política municipal. Tenho registros de eu estar participando de comícios em Taquaritinga, da altura da guarda da carroceria de caminhões. Desde pequeno eu me interessei muito pela leitura. Meu pai era uma pessoa intelectual e me influenciou profundamente. Li tudo o que podia ser lido em Taquaritinga. Era uma alegria cada vez que chegava o Pasquim, a Realidade, vários textos que trocávamos e acompanhávamos. Foi uma formação muito importante. Estudei minha vida toda em escola pública e em Taquaritinga era o Nove de Julho. A formação que tive se deve basicamente a duas coisas importantes, a duas janelas culturais que havia em Taquaritinga: a escola pública, que me ensinava português, literatura, história, geografia e exatas; e as notícias que os professores nos informavam. Tinha ainda o cinema, que era outra janela, e que trazia para a cidade o mundo, as histórias, o Canal 100 e outros. O Nove de Julho sempre foi um palco importante de debates. Lá fui presidente da Liga Estudantina Machado de Assis (LEMA), que organizava apresentações de música, teatro, jornais e eventos culturais de um modo geral. A organização estudantil sempre foi uma característica de Taquaritinga. Primeiro foi AAT, depois UTE, e depois ATE. Era uma associação que unia os universitários e também chegou a reunir os secundaristas – os estudantes do colegial. Posteriormente saí de Taquaritinga para estudar. Fui para São Paulo e fiz cursinho junto com diversos colegas aqui da cidade. Ingressei na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, local onde meu pai havia estudado. Ali foi uma escola profunda de política. Fui representante de classe, presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto, e representante da Congregação dos Alunos. Esse período coincidiu com uma transição entre uma Ditadura Militar e a retomada da Democracia. Presenciei fatos importantes e sabia que estava fazendo parte da história naquele momento. Participei do culto ecumênico em homenagem a memória de Vladimir Herzog, onde estavam presentes Dom Paulo Evaristo Arns, Dom Helder Câmara, Henry Soebel, o Reverendo Wright, e muitos outros. Também estive nas manifestações contra a morte de Alexandre Vanucci Leme, estudante que hoje empresta seu nome ao Diretório Central dos Estudantes da USP e presenciei a leitura da ‘Carta aos Brasileiros’, pelo professor Goffredo da Silva Telles Júnior. Desde o começo de minha vida acadêmica, fiz parte dos Comitês pela Anistia. Protestei quando do falecimento do Manoel Fiel Filho e, em seguida, do Herzog. Sobretudo eu vi que a ditadura só cairia se nos tivéssemos uma posição forte de engajamento. Eu tinha certeza que a partir daquele momento o Brasil estava mudando.

TM: É verdade que tinha (ainda tem?) habilidade com a bola nos pés? Em que posição jogava? Chegou a pensar em ser atleta profissional? E, não podia deixar de perguntar, qual seu time do coração?

Eu sempre pratiquei muitos esportes. Até hoje, por conta da formação que tive, não fumo e nem bebo. Tínhamos um professor de Educação Física que influenciou gerações. Francisco, o professor Chico, sempre dizia: “Não pode beber. Não pode fumar”. Lembro que ele até cheirava a nossa boca antes de sair para viajar em jogos nas outras cidades. Também pratiquei muito futebol de salão, vôlei, basquete, atletismo, mas o futebol era o meu forte. Joguei em todas as equipes que você pode imaginar em Taquaritinga e, pela equipe da universidade, viajei o Brasil inteiro. Cheguei a jogar como profissional no Clube Atlético de Taquaritinga (CAT) – time do qual tive a honra de vestir a camisa em campo. Éramos uma equipe competitiva na época e tivemos boas performances. Até hoje muita gente que encontro em Taquaritinga me pergunta daquela época do CAT. Eu acho que esporte é fundamental e aprendi muito na minha vida participando do futebol, além de ter feito grandes amizades. Poderia ter sido atleta profissional, mas escolhi outros caminhos. Meu coração? É verde.

TM: Sua irmã, a saudosa Margarida Ramalho, foi uma importante combatente na resistência à ditadura militar. Fale-nos um pouco dessa história de luta.

Nós tivemos uma família muito politizada – líamos, discutíamos e falávamos sobre tudo. Meu pai era um democrata e nos ensinava a ler. Era uma pessoa que defendia o Estado Democrático de Direito e essa influência foi passada para todos os irmãos. Evidentemente que eu fui o que me lancei profundamente na política partidária. Minha irmã Margarida, que já faleceu, sempre teve uma postura também democrática – como todos os meus irmãos. Ela foi a responsável por trazer os restos mortais de um guerrilheiro de Taquaritinga que foi assassinado pelo regime militar: Francisco Penteado Filho, Chiquinho Penteado. Minha irmã foi uma das pessoas que foi atrás, localizou, conseguiu autorizações com a família e hoje, depois de muito trabalho, ele está em Taquaritinga. Infelizmente, nós havíamos marcado de fazer uma homenagem para resgatar que Chiquinho Penteado finalmente estaria descansando na sua terra, mas Margarida faleceu antes desse episódio. Eu registrei em Brasília, como deputado federal, a trajetória do Chiquinho, porque tanto ele, quanto outros taquaritinguenses combateram muito pela democracia. Nossa cidade foi muito marcada por prisões e perseguições e muita gente me perguntava o que tinha em Taquaritinga. Eu diria que Taquaritinga tinha uma vida cultural e política em ebulição. Isso marcou profundamente várias gerações.

TM: A política taquaritinguense é, digamos, peculiar: todos os partidos já foram aliados e adversários, conforme o momento e/ou a situação. Como participar desse processo sem fazer “inimigos”?

A política é nacional, evidentemente, mas é local também. Taquaritinga não foge dessa discussão. Hoje muitas pessoas que estão aliadas na cidade, foram adversárias ontem, ou serão amanhã, ou não serão mais. Isso ocorre porque ainda não há, infelizmente, uma definição absolutamente ideológica dos campos partidários. Há contradições em vários partidos, como há também situações de encontros de ideias e de avanços em alguns setores. Eu acho que não é só Taquaritinga que é peculiar. Em todos os municípios, os partidos já foram adversários e aliados, até porque a situação muda, a conjuntura muda. Os partidos que estiveram em campos opostos, hoje estão em campos de situação. E, amanhã, estarão novamente em campos opostos. Eu que fiz a política real, pela experiência de mais de 20 anos, como deputado federal e estadual, secretário de Estado, líder de partido, e alguém que presenciou todos os grandes momentos políticos dos últimos 25 anos, percebo que Taquaritinga não foge à regra. O importante é saber que o poder é transitório, se é que existe poder. Mas, o poder dado pelas urnas, que é o único que eu reconheço, é transitório, é fugaz. Você deve, ao assumir o poder, saber que existem minorias, pessoas que não votaram em você, e que elas devem ser respeitadas. Você fazer uma articulação entre o Executivo e o Legislativo, respeitando o Judiciário, é fundamental. Essa é a visão democrática: de respeitar quem perdeu e de quem perdeu respeitar quem ganhou. É preciso saber que oposição é importante para uma cidade, para ajudar e fiscalizar o Executivo, para cobrar e acompanhar a aprovação de projetos. Essa convivência eu acho importante. Mais que isso, é fundamental.

TM: Qual a função do Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado?

Um conselheiro do Tribunal de Contas fiscaliza todos os gastos públicos dos municípios e do Estado de São Paulo. Ele tem uma função extremamente importante. São sete conselheiros que fiscalizam e aprovam (ou não) as prestações de contas, fazem o controle externo da Assembleia Legislativa, do Poder Executivo e Judiciário, Ministério Público, e todos os órgãos, bem como das pessoas jurídicas que recebem recursos públicos. Além disso, estamos entrando em uma fase de controle da execução, com visita in loco dos contratos, evitando que se faça o mau gasto do dinheiro público. Para exercer esta função, ser um bom Conselheiro e cuidar do combate à corrupção, é fundamental ter a experiência que tenho. Votei a favor da Lei de Acesso à Informação e da Lei da Ficha Limpa e, em plenário, defendi o Voto Aberto no Congresso Nacional. Enfim, vejo que essa carga política que eu trouxe da minha vida, estou colocando em prática no Tribunal.

TM: Qual a sua expectativa para o governo do prefeito eleito Fúlvio Zupani?

O que espero do prefeito eleito Fúlvio Zupani? Eu espero e torço para que ela faça um bom governo. Ele já participou de governos anteriores, é de uma família tradicional na cidade, conhece os nossos problemas e fez uma campanha em que venceu – uma demonstração inequívoca da vontade de mudança que a população demonstrou. E isso deve ser respeitado. No que depender da minha sugestão e opinião, na forma da lei e dentro das limitações legais que o cargo que ocupo me impõe, eu estou à disposição – como sempre estive para colaborar com todas as administrações que o antecederam. Espero que consiga colocar em prática tudo o que prometeu em campanha e, sobretudo, que possa conviver democraticamente com as forças políticas da cidade, que em um determinado momento estão na situação e no momento seguinte na oposição, como já disse na pergunta anterior. Faço votos de que ele vá bem, que se transforme em um excelente prefeito, e que faça o melhor para a cidade.

TM: Para encerrar: cogita, algum dia, se candidatar a prefeito de Taquaritinga?

Eu, infelizmente, conforme falei outro dia, não me candidatei a prefeito de Taquaritinga. Eu cresci acompanhando as eleições de Taquaritinga a partir da minha casa, pelo meu pai. Evidentemente não posso nunca esquecer a influência que tive: o que via nos comícios do Dr. Adail Nunes da Silva, ‘o Negão’, que foi prefeito várias vezes, e de todos os prefeitos que, cada um a sua forma, fizeram o melhor para a cidade. Pensei, quando criança, em um dia ser candidato a prefeito, ganhar a eleição e fazer um bom governo para a cidade. Fui estudar fora, me formei, virei promotor de justiça, deputado estadual e deputado federal – e, agora, Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Não pude continuar trabalhando na cidade, embora tenha tido sempre uma relação profunda com a cidade. Relação que continuo tendo até hoje. No futuro, quem sabe?