O advogado Roberto Yoshikazu Ogasawara nasceu em Taquaritinga, tem 42 anos, é casado com Rosana, pai da Cíntia e da Roberta. Formado em Direito pelo Centro Universitário de Araraquara (UNIARA), foi eleito presidente da 75.ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Taquaritinga, da qual era Diretor-Tesoureiro desde 2007, tendo focado sua gestão na austeridade financeira e na transparência fiscal. Em 2012, por ocasião das licenças do então presidente Eduardo Moutinho e do vice Luisinho Bassoli, ocupou, interinamente, a presidência da Subseção. Membro da Loja Maçônica Líbero Badaró, presidiu a tradicional associação nipônica Kai Kan. | ||
É conhecido pela cordialidade e amabilidade na vida privada, e pela competência e lisura na carreira profissional – não perde a calma nem mesmo quando o assunto é a crise no seu Palmeiras... Passamos a conhecer melhor o advogado Roberto Ogasawara, que estará à frente da Subseção taquaritinguense de uma das mais importantes entidades de classe do País, a OAB. |
Tendência Municipal: Faça-nos um resumo de sua gestão como Diretor-Tesoureiro da OAB de Taquaritinga.
Roberto Ogasawara: Durante os últimos seis anos, exerci o cargo de Tesoureiro e, a exemplo dos demais diretores, iniciamos nossa gestão ainda muito jovens, mas convictos de que faríamos uma administração eficiente. Particularmente, na Tesouraria, minha atuação era limitada, já que atrelada aos parcos recursos obtidos através das cópias reprográficas (única fonte de receita da Subseção). Busquei, então, ter participação direta no cotidiano da Subseção e vivenciei cada momento (bom ou ruim), me inteirando da responsabilidade para com os destinos da Advocacia taquaritinguense, com a consciência de que integrava um verdadeiro grupo e que poderia contribuir com a gestão.Sinto-me orgulhoso em fazer parte das relevantes conquistas que muito favoreceram e auxiliaram os Advogados no exercício profissional, destacando alguns pontos que nortearam nosso trajeto e que foram fundamentais para que chegássemos a um índice de aprovação no SGQ – Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9001) superior a 91%, contribuindo positivamente no melhor posicionamento das Subseções de médio porte. Isso graças ao funcionamento exemplar da Comissão de Assistência Judiciária, à independência e autonomia de todas as Comissões e o estabelecimento, e consequente cumprimento de metas, por parte de nossos colaboradores (funcionários). Congratulo-me com os demais diretores pela conquista e instalação da ESA [Escola Superior de Advocacia]; pela reativação da Casa do Advogado [do bairro Talavasso], onde climatizamos o auditório, ativamos a praça de esportes, instalamos a triagem do Convênio da Assistência Judiciária e o funcionamento da Comissão de Ética e Disciplina. Valorizo, também, a constante renovação e atualização de nossas instalações e equipamentos; e, por fim, sinto-me realizado por ter participado da instalação do Anexo Fiscal e do Juizado Especial e da 3.ª Vara (que passou de sonho a realidade).
TM: Por que decidiu se candidatar a presidente da Ordem e como se deu a composição de sua chapa?
Roberto: Relacionei acima algumas conquistas, mas não eram suficientes para que me sentisse totalmente satisfeito. Em razão da experiência que adquiri nesses anos de atuação em nossa entidade, na qual imperou a ordem e a harmonia em sua diretoria, tinha convicção de que estava bem preparado para dirigir os destinos da Advocacia taquaritinguense, pois conhecia os problemas da classe e as complexas engrenagens da OAB/SP. Dirigir a nossa OAB nos dias atuais demanda experiência, conhecimento, equilíbrio, sensibilidade. Escolhido dentre meus pares, que viam em mim essas virtudes, não pude recusar a missão de suceder ao atual presidente. Foi um gesto de gratidão que procurei dar ao presidente Eduardo Moutinho, a retribuição pelo prazer de desfrutar de sua amizade e companheirismo ao longo dessa jornada, que termina coroada de êxito. Tive total liberdade para compor a chapa para a disputa eleitoral. Nesse contexto, escolhi com muita propriedade e acerto todos os companheiros. Destaco, inicialmente, o Dr. Fabio Baron e a Dra. Fabiana Vasquez, o primeiro por seu trabalho realizado na atual gestão como membro atuante da Comissão de Prerrogativas, a defender inúmeros colegas que se viram envolvidos injustamente em investigações ou ações penais. Já a Dra. Fabiana, chamou-me a atenção o fato de questionar seus direitos, sempre com educação, serenidade e firmeza – asseverei que ela era muito importante para os embates com as autoridades que ainda ousam desrespeitar Advogados e Advogadas. A Dra. Fabiana compreendeu a importância de fazer parte do grupo, tem o perfil de líder, e aglutinou muitas Advogadas ao seu redor, que se conscientizaram de ter a retaguarda de uma direção nos embates do cotidiano forense. Quanto aos nossos outros dois integrantes, Dra. Viviane Vieira e Dr. Valdir Tiezi, destaco na juventude deles a força maior para uma renovação – e não me decepcionei, ao contrário, fiquei maravilhado com seus empenhos na militância de nossa chapa e os apoios que trouxeram, desde os mais jovens advogados até as grandes lideranças da advocacia. Sabia que essa não seria a eleição de um só candidato ou de uma chapa de cinco nomes, mas de muitos Advogados que compõem um grupo que vem trabalhando em prol da Ordem há seis anos, para que não se percam os avanços que foram alcançados e para garantir aqueles que ainda virão.Portanto, em nossa chapa, vencedora, todos estão habilitados a prosseguir com o excelente trabalho que foi realizado até aqui e, doravante, dar um salto no sentido de evoluir para uma OAB ainda melhor.
TM: Quais são seus projetos para a OAB?
Roberto: Mais que um simples projeto, enxergo a necessária elevação de Entrância de nossa Comarca, de Inicial para Intermediária, como condição vital para a continuidade dos serviços forenses e maior celeridade na entrega da prestação jurisdicional. Daremos continuidade ao trabalho desenvolvido pela atual gestão, servindo-nos da receptividade junto à Secional, fortalecendo a nossa OAB, que deverá caminhar independente, prestando bons serviços aos Advogados; pela manutenção da ESA e aprimoramento dos advogados através de seus cursos de extensão, aperfeiçoamento e especialização; o fortalecimento do Espaço CAASP; a melhoria constante de nossos equipamentos/instalações. Quanto ao eventual desprestígio propalado por alguns de nossa classe nos últimos tempos, vamos combatê-lo com uma Ordem presente e solidária, não apenas com a Advocacia enquanto Instituição, mas com cada Advogado. Posso assegurar que estarei à frente de uma nova Ordem que, pelo trabalho realizado, foi reconduzida ao papel ativo e presente no processo democrático e na luta pelo Direito, tal como ocorreu nos anos soturnos da ditadura. Farei esforços para que o brilho da Instituição esteja sempre à frente dos inevitáveis desejos humanos movidos pela vaidade.Prestigiaremos e daremos total liberdade às Comissões, a exemplo da atual diretoria, com destaque, também, ao bom funcionamento das comissões de Ética e Disciplina e de Esportes, nas quais nos espelharemos para dar maior visibilidade às Comissões do Jovem Advogado e da “OAB vai à escola”, para o contato direto com o colega em início de carreira e a adoção de medidas que possam facilitar o exercício profissional do iniciante. Também vejo a necessidade de otimizarmos as Comissões de Seguridade Social, Cultura e Eventos e da Mulher Advogada.
TM: Esse ano, as eleições da classe coincidiram com as municipais. O que espera do novo prefeito e como deve ser a relação da OAB com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário?
Roberto: Tenho afirmado, categoricamente, que Taquaritinga tem jeito! Basta nos unirmos e, transitado em julgado o processo eleitoral, torcer para que o governo do prefeito Dr. Fúlvio Zuppani seja o melhor possível. E que nossa Subseção seja um referencial, pois todos que por aqui passaram tiveram sabedoria para governar para todos e superar os ânimos acirrados de campanha. Portanto, desejo que o Dr. Fúlvio tenha consciência que os desafios enormes que estão pela frente sejam enfrentados com firmeza, criatividade e bom senso. De minha parte, faço um pedido singelo, que espero esteja em sua pauta, pelo período de sua gestão, transcrevendo o que disse Adrian Rogers: “O governo não pode dar para alguém aquilo que tira de outro alguém. Quando metade da população entende a ideia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação. É impossível multiplicar riqueza dividindo-a”. Como presidente da OAB, terei uma interlocução permanente com o Poder Judiciário, com urbanidade e, em especial, com independência, para a agilização dos processos e aprimoramento dos serviços prestados ao jurisdicionado. Farei também gestão junto aos Poderes Executivo e Legislativo, da esfera municipal até a federal, para aprovação de projetos de interesse da Advocacia e da cidadania, lutando pela efetiva instalação da 4.ª vara (já criada), pela contratação de funcionários e pela elevação de Entrância.
TM: E com o Ministério Público?
Roberto: A relação com o MP sempre foi pautada pela cordialidade, já que por aqui passaram excelentes profissionais, que deixaram saudades. Ultimamente, vivenciamos acontecimentos desagradáveis que, infelizmente, eclodiram por ocasião da readaptação do espaço do Fórum para abrigar a 3.ª Vara. Não sou adepto do “revanchismo” e tampouco acho que seria justo atacar tão nobre Instituição por conta de episódios já superados, mas a realidade que todos enxergamos é a necessidade da desocupação do prédio do Fórum pelo Ministério Público que, a exemplo de outras tantas comarcas, deverá se instalar em espaço próprio.
TM: Pra encerrar, e o Palmeiras, heim?
Roberto: Sem dinheiro e com a diretoria que tem... Mesmo assim, sou otimista: em 2013, seremos campeões Paulista, da Libertadores, Bi da 2.ª Divisão do Brasileirão e do Mundial Interclubes!!! (risos).