quarta-feira, 17 de abril de 2013

ALESSANDRO PÉRSICO

  Alessandro Pérsico nasceu em São José do Rio Preto em 1969. Filho do saudoso bancário Osmar Pérsico e da professora Cláudia Pérsico, mudou-se com a família para Taquaritinga no final da década de 1970 – desde então, se tornou taquaritinguense de coração. Casado com a Silmara Prandi Pérsico, atua na área de seguros desde 1995; passou por São Paulo, Rio, Campinas e Ribeirão Preto. Iniciou sua carreira profissional no sistema bancário em São Paulo no final dos anos 80, quando militou no movimento sindical e se aproximou do pensamento político da esquerda-progressista. Estabeleceu-se em Ribeirão, se formou em Marketing pela Universidade Moura Lacerda e cursou pós-graduação em Gestão Financeira na FAAP.
Gerente Regional da Marítima Seguros, uma das mais importantes seguradoras do País, é professor da Escola Nacional de Seguros em Ribeirão, Franca e São Carlos. Sãopaulino roxo, apreciador – e estudioso – dos bons vinhos, faz da coerência política e da responsabilidade social as principais características do seu jeito de ser e de viver a vida.


Tendência Municipal: Na juventude, você foi militante político, ligado à área moderada do PT. Que análise faz da situação socioeconômica brasileira, após mais de uma década de governo Lula/Dilma?

Alessandro Pérsico: Em 1989, quando trabalhava no Banco Banorte, na rua XV de Novembro, em São Paulo, tive o prazer de participar do movimento em defesa dos interesses da classe bancária. Naquela época, o Sindicato dos Bancários era presidido por Maria Cristina Tita Dias e tinha a participação efetiva do também bancário (banespiano), o então deputado federal Luiz Gushiken. Foi aí que o meu interesse pela Política cresceu; passei a militar ativamente nos movimentos da classe, participar de atividades de cunho político-social e me identifiquei com o PT. Acredito que a continuidade do PT à frente da presidência na última década contribuiu sistematicamente para que o processo de democratização, o equilíbrio econômico e, principalmente, a diminuição da desigualdade social, se mantivessem em níveis satisfatórios. Minha única queixa – e não tem nada ver com o PT ou qualquer outro partido – é a falta de dignidade e comprometimento de muitos políticos com os interesses da população e do País. Enfim, penso, sinceramente, que ainda há muito que evoluir, porém os primeiros passos já foram dados, o Brasil vem se desenvolvendo, as diferenças sociais diminuindo, os números estão aí...

TM: Fale-nos da situação do mercado de seguros no Brasil.

Pérsico: Minha Profissão... Fala-se muito no mercado securitário, que o Seguro é como uma “cachaça”, que depois que se experimenta nunca mais se deixa... A história do seguro no Brasil data de 1808, com a abertura dos portos ao comercio exterior. De lá para cá, nem preciso dizer, muita coisa mudou. Para se ter uma ideia, entre meados da década de 70 e fins de 80, o mercado de seguros se encontrava estagnado; de 1990 para cá, o mercado mudou bastante, as seguradoras obtiveram maior liberdade de fixação de preços, criaram-se novos produtos, as companhias internacionais passaram a operar no Brasil e o mercado segurador mais que dobrou. A receita anual com prêmios de seguros e contribuições a planos de previdência passou de US$ 32,00 por habitante, em 1990, para US$ 395,00 em 2012 (valores estimados); no mesmo período, o PIB subiu de 1,2% para 3,4%. Em 2012, a arrecadação atingiu R$ 252,4 bi em prêmios diretos de seguros, o que significou 5,6% do PIB. Já em pagamento de indenizações de sinistros, benefícios assistenciais e resgates de planos previdenciários e de capitalização, o valor foi a R$ 135,2 bilhões (3,05% do PIB).

TM: Qual sua opinião sobre a indústria vinícola nacional? O vinho brasileiro é de boa qualidade?

Pérsico: A qualidade do vinho depende de vários fatores, principalmente do tipo de solo e das condições climáticas. O Brasil sofre um pouco com isso, temos poucas regiões que oferecem solo e clima adequados para o cultivo de uvas destinadas à produção de vinhos finos, mas estamos evoluindo, principalmente quanto aos vinhos espumantes, nos quais já somos referência mundial. Economicamente, não é muito diferente, também estamos avançando. Em 2011, foi consumido, no Brasil, 1,9 litro de vinho per capita – e existe uma estimativa que chegue a 2,5 litros até 2016. Na França, maior consumidor de vinho per capita do mundo, ao contrário, houve um decréscimo: em 2010 eram 57 litros por pessoa, e para os próximos anos estima-se uma queda para “apenas” (pasmem!) 30 litros por pessoa (risos). O cenário é bom para o Brasil, estou fazendo a minha parte... (risos).

TM: O que Taquaritinga tem de especial?

Pérsico: Como você mesmo disse, é a cidade do meu coração... Foi em Taquaritinga que passei toda minha infância e adolescência, foi onde criei raízes e onde cultivo meus melhores amigos. Embora seja natural de Rio Preto e resida em Ribeirão, tenho orgulho de dizer que sou taquaritinguense!