quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Entrevista: Ed Gagliardi

O TENDÊNCIA MUNICIPAL parabeniza o nosso segundo entrevistado, ALEXANDRE SILVA, eleito presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE/SP). Em breve, Alexandre voltará à tela do TENDÊNCIA para nos contar sobre esse novo desafio. Por ora, ficam nossos votos de boa sorte! Mais um taquaritinguense a honrar nossa cidade!



 


A entrevista desta edição é com o taquaritinguense Elias Edson Gagliardi, o Ed Gagliardi. Violonista de primeira linha, compositor, considerado um mestre do CHORINHO, estilo musical que une o ritmo do samba com a delicadeza dos clássicos. Possuidor de uma técnica apuradíssima, gravou vários CDs, invariavelmente acompanhado de grandes talentos, como o saudoso maestro José Gramani. Residiu em São Paulo, Capital, até se aposentar como servidor da Companhia Energética de São Paulo (CESP), quando passou a se dedicar exclusivamente à música.



Radicado em Londres, onde deixa os ingleses extasiados com seu refinado dedilhar, retorna sempre à Taquaritinga, principalmente para visitar a mãe, Dona Pierina – às vezes, expõe sua arte para seletos e sortudos ouvintes. Ed Gagliardi é mais um exemplo da espetacular capacidade taquaritinguense de gerar artistas do mais alto gabarito. Falamos de Brasil, Inglaterra, Taquaritinga e, como não podia deixar de ser, de sua paixão, a música.


Tendência Municipal: Como começou sua relação com a música?

Ed Gagliardi: Comecei a me interessar ouvindo músicas pelo rádio. Iniciei tocando cavaco, aos oito anos. Aos 12, percebendo que tinha facilidade com o instrumento, passei ao violão. E aos 13 anos já estava compondo.

TM: O que é o chorinho?

Ed: O choro é a forma de execução da música. Decora-se a harmonia e a melodia; o restante, como interpretação, contracanto e ornamentos, são feitos descontraidamente, como uma brincadeira!

TM: Você concorda que a música brasileira é especial ou essa afirmação não passa de ufanismo?

Ed: A música brasileira especial é a “tradicional”, não essa que emporcalha a mídia atualmente... É especial pela riqueza harmônica e melódica, que somente com muito estudo é possível executá-la na íntegra.

TM: Como a música brasileira é recebida pelo público inglês?

Ed: A música brasileira é muito bem recebida não só na Inglaterra como em todos os países do chamado “primeiro mundo”. Trata-se de uma população musicalmente bem informada e o fato de nossa música ser de difícil execução torna-se, para eles, apreciadores da boa arte, um desafio.

TM: Taquaritinga é reconhecida por gerar artistas de qualidade. Que conselho daria aos jovens taquaritinguenses que querem se tornar músicos profissionais?

Ed: É uma questão de escolher o caminho certo: não se envolver com essa música “pobre”, no sentido artístico, e comercial, que o mercado fonográfico impõe no dia-a-dia. O jovem deve pesquisar, estudar, ouvir muito o som dos anos 1930 a 1980, e tentar entender essa linguagem “séria”, de qualidade, que a arte musical exige. Depois, procurar um bom mestre, principalmente em São Paulo, e boa sorte!

TM: Além de chorinho, que estilo musical você ouve no dia-a-dia?

Ed: Pelos anos de dedicação à música, hoje eu posso ouvir uma orquestra com 80 músicos e separar cada um dos instrumentos. Por isso, ouço música clássica, com qualquer instrumental, jazz dos anos 40, música popular e clássica italiana, francesa, espanhola etc. Procuro ouvir música de boa qualidade!

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