Falamos com Marco Antônio dos Santos, o Professor Marcão. Casado com a Denila Basso, pai da Luíza, nasceu em Jaboticabal, cresceu em Guariba e é taquaritinguense por opção e por direito (ostenta, com orgulho, o Título de Cidadão que lhe foi conferido pelo então vereador Alexandre Nunes). Especialista em América Latina pela UNESP, é um HISTORIADOR apaixonado: usa sua prodigiosa memória para gravar datas, nomes, fatos, e analisá-los seguindo a linha do tempo. Seus alunos agradecem! Lecionou História em Taquaritinga, Ribeirão, Orlândia, Jaboticabal, Matão; convidado pelo principal Cursinho de São Paulo, esteve entre os grandes professores do País. Decidiu voltar, descontente com o estressante cotidiano da Metrópole. | Sua história de sucesso não difere muito da História que tão bem ensina. Marcão, muito cedo, decidiu ser protagonista de sua vida, escreveu, de próprio punho, a própria biografia! Foi à luta, estudou, venceu pessoal e profissionalmente. Filiado ao PT, era o “apresentador” dos comícios do partido na região nos anos 1980, quando conheceu o então candidato Lula. Diretor-Proprietário do Colégio Anglo de Matão, Jaboticabal e Taquaritinga, não se afastou da sala de aula, para sorte de seus aprendizes: está no auge da sabedoria e da didática. Do garoto hippie ao empresário bem sucedido, uma história de vida construída no convívio com a História! |
Tendência Municipal: Desde que “decretaram” o “fim da História”, a China passou a ameaçar os EUA como maior potência mundial; surgiram os BRICS; a Europa entrou em crise; o Oriente Médio se vê em plena revolução... Como você imagina o mundo daqui a 10 anos? A História não tem fim?
Professor Marco Antônio dos Santos: Acredito que a unipolaridade surgida com o fim da Guerra Fria chegou ao fim, pois outras potências emergentes, como China e Brasil, dividirão, entre si, a liderança e as responsabilidades econômicas e sociais de um mundo completamente diferente do existente hoje. Quanto à História... O homem é quem a faz, portanto, enquanto estivermos aqui...
TM: A política externa brasileira sempre se pautou por certa independência. Nos anos Lula houve uma aproximação com países periféricos, o que gerou críticas dos conservadores e elogios dos progressistas. Como você analisa a diplomacia do governo Lula? Há uma inflexão na política externa no governo Dilma a reaproximar o Brasil dos países centrais?
Marcão Professor: Com a chegada do Lula à presidência em 2002, a turma dos “barbudinhos” (capitaneada pelo Celso Amorim) assumiu o Itamaraty, exigindo do mundo maior respeito pelo Brasil. Acredito ser essa política irreversível; entretanto, com ela aumentam também nossas responsabilidades e, ainda, temos que aprender a aceitá-las e enfrentá-las.
TM: A eleição de Humala Olanta à presidência do Peru derrubou um dos pilares da “direita” no continente. Já no Chile, ocorreu o inverso: a “esquerdista” Michelle Bachellet foi sucedida pelo “conservador” Sebastian Piñeda. Afinal, para onde caminha a América Latina?
Marcão Professor: O passado populista e, mais tarde, esquerdista, da América Latina, sempre esteve vivo; talvez nos “porões” durante os anos 1970/80/90, devido às ditaduras. O caso do Chile é emblemático (mas, acredito, passageiro) por ter sido um dos pilares do socialismo latino-americano. Acredito que a postura de Lula tenha influenciado positivamente a esquerda no subcontinente, e é aqui que vejo para breve o surgimento de um modelo de governo que una economia de mercado ao atendimento das necessidades sociais pregadas pelo socialismo.
TM: O Brasil é o país do futuro?
Marcão Professor: O futuro é agora! Temos o privilégio de vivermos no momento em que o Brasil assume seu verdadeiro papel no mundo!
TM: Para finalizar: Marcão, qual a moral da História?
Marcão Professor: Povo que não conhece nem cultua sua História, não é um povo de verdade!