domingo, 31 de março de 2013

MARCOS MARONA

  Nossa entrevista é com Marcos Rui Gomes Marona, também conhecido como Marcos “Bonilla”. Gaúcho de Porto Alegre, é casado com a taquaritinguense Mazé Fanelli, com quem tem o filho Guilherme; é pai do Juliano e da Gisela. Formado em Administração, pós-graduado em Psicopedagogia, cursa especialização em Formação de Professores para o Ensino Superior. Jornalista, diretor-financeiro do Colégio Objetivo, presidente da ONG Apoio (gestora da Fundação CASA), foi secretário Municipal da Cultura, cargo que acumulou com a presidência do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e do Conselho da Comunidade.
Atual primeiro suplente de vereador, é assessor do deputado estadual Welson Gasparini (PSDB). Uma conversa franca sobre política, cultura, Fundação CASA, Cine São Pedro – e como divide a paixão entre o Internacional de Porto Alegre e o Tricolor do Morumbi.


Tendência Municipal: Para começar, como você se define: sãopaulino ou colorado?

Marcos Marona: Certamente colorado. Os gaúchos têm uma paixão por futebol e ao mesmo tempo uma rivalidade muito grande entre Inter e Grêmio. Se não respondo colorado e algum gremista fica sabendo, vou ser gozado a vida toda. Aqui em São Paulo optei pelo Tricolor do Morumbi.

TM: Taquaritinga é conhecida por sua tradição artística. Faça-nos um resumo de sua gestão à frente da secretaria Municipal da Cultura.

Marcos: Quando se está de fora, a gente não tem noção das dificuldades que os gestores têm para conquistar os seus objetivos. Na época em que estive como secretário de Cultura, fizemos muitas coisas. Em primeiro lugar, destaco a criação da secretaria Municipal de Cultura, pois era apenas um departamento. Para se conquistar verbas, sendo uma secretaria, tudo é mais fácil. Outra conquista importante foi a criação do nosso Museu Histórico Municipal “José Martins Sanches Filho”. Na Cultura ocorrem muitas efemérides e poucas coisas que realmente ficam para a população, como foi o caso do museu. Outro projeto que foi de suma importância na minha gestão foi o “Domingo na Praça”, onde em 37 edições levamos cultura, lazer e ações de saúde e cidadania a todos os bairros da cidade. Sinto não ter tido tempo de consolidar o Conselho Municipal de Cultura para por Taquaritinga no Sistema Nacional de Cultura, com um Fundo de Cultura e um Plano Municipal de Cultura, mas tenho certeza de que o secretário atual completará este trabalho.

TM: Uma das expectativas dos taquaritinguenses é a revitalização do Cine São Pedro. O que já foi feito e qual sua expectativa do novo governo para reativar esse espaço?

Marcos: Acredito que o passo mais importante já foi dado, que foi a aquisição do prédio pela administração anterior. O prédio está quitado e com o projeto executivo pronto e pago. Cabe à atual administração buscar verbas, seja federal ou estadual, para a execução do projeto. Sempre digo que, na verdade, o que precisamos é de um Centro Cultural, mas as pessoas falam muito em cinema. Na verdade, cinema pertence mais à iniciativa privada, mas teatro normalmente é público. Portanto, temos que ir em busca de verbas para o nosso teatro, pois assim fica mais fácil de conseguir. O cinema será uma consequência. É preciso ficar claro, de uma vez por todas, que o cinema sempre foi privado, antes foi da família Curti e depois da ONG ACULTA, que fiz parte nos anos 90. Nenhum governo disponibilizará verbas para um cinema, mas para teatro sim.

TM: Como funciona a administração da Fundação CASA-ONG Apoio?

Marcos: A Fundação CASA é um Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente ligado à secretaria de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania. Existem 59 unidades no Estado de São Paulo que funcionam com capacidade para 40 jovens em internação e 16 em internação provisória e são geridas em parceria com entidades indicadas pelos municípios, que é o caso da nossa ONG. Digo sempre que o CASA é movido por um tripé: o Estado, com os agentes de segurança e direção da unidade; a empresa de segurança privada que cuida do patrimônio; e a ONG que compartilha com o Estado o gerenciamento da unidade. A ONG emprega 34 pessoas, todas de Taquaritinga, sendo psicólogas, assistentes sociais, pedagogas, arte educadores e pessoal administrativo. É bom salientar que os cargos de presidente, como o meu, e os de direção, não são remunerados. Para se ter uma ideia, a ONG movimenta mensalmente cerca de R$ 140 mil, sendo que tudo é comprado exclusivamente na nossa cidade. O novo modelo de ressocialização vem dando certo e não tem nada a ver com a antiga FEBEM.

TM: Em 2008 e 2012, você foi candidato a vereador e obteve expressivas votações. Quais seus planos para o futuro?

Marcos: Em 2008 tive 537 votos que me deixaram orgulhoso, pois fazia apenas dois anos que eu tinha voltado para Taquaritinga. Em 2012 fui o 10.º mais votado e um dos poucos candidatos que aumentou a votação em relação a 2008, pois tive 617 votos. Infelizmente, a minha coligação não foi tão bem e fizemos apenas quatro cadeiras na Câmara me deixando como primeiro suplente. Há um mês, fui convidado pelo deputado Welson Gasparini para ser seu assessor em 24 cidades da nossa região, o que me encheu de orgulho novamente, pois se trata de um político diferenciado. Sempre digo que quem entra na política dificilmente sai. É cedo para falar do futuro político, mas uma coisa posso garantir: continuarei fiel ao grupo político que me lançou candidato, liderado pelo ex-prefeito Paulo Delgado.