A entrevista desta edição é com Walther Spinelli. Nascido em Ibitinga, em 1938, é casado com a Adelaide Amaral Spinelli, pai do Fisioterapeuta Walther Spinelli Filho e do Biomédico Gláucio Amaral Spinelli, avô do Lucas e da Giovanna. Reside em Taquaritinga há mais de 50 anos. Sua trajetória é espetacular: foi atleta profissional, jogador de futebol (ponta-esquerda e centroavante) da Internacional de Limeira, nos anos 1960 – sagrou-se campeão em 1961 e teve a honra de ter sido adversário de Pelé. Uma lesão no joelho o fez encerrar, prematuramente, a promissora carreira. Seu talento para o esporte, contudo, transcendeu aos gramados e chegou ao turfe: com 12 anos, era um competitivo jóquei. | ||
Habilidoso também na sinuca, dividiu memoráveis partidas com os mestres sagrados do “pano verde”, como “Rui Chapéu”, “Praça” e “Carne Frita”. Depois, trabalhou em grandes indústrias sucroalcooleiras (União, Citrobrasil, Cargil, Frutropic); foi bancário (Banco Comércio Indústria – Comind e Banco Real) e empresário (sócio-proprietário da Naturart’s – indústria de cosméticos com sede em nossa cidade, que fez sucesso na década de 1980). Membro ativo do Lions Clube de Taquaritinga há 37 anos, foi presidente por duas gestões (1982/83 e 1997/98) e recebeu, em 2009, o maior reconhecimento deste renomado clube de serviços, o “Título de Companheiro de Melvin Jones”. Tímido, comedido e cordial, Walther Spinelli é um especialista na arte de viver! Segue, abaixo, um pouco de suas experiências. |
Tendência Municipal: Como foi enfrentar o Rei Pelé em campo? Na intimidade, ele fazia jus à fama de “gênio” do esporte-bretão?
Walther Spinelli: Iniciei minha carreira futebolística no Esporte Clube Rio Branco, de Ibitinga, quando enfrentei o “Rei Pelé”, que jogava pelo Noroeste de Bauru. Já naquela época, Pelé demonstrava o que viria a ser no futuro: um monstro sagrado do futebol mundial!
TM: Faça-nos um resumo de sua carreira no futebol profissional
Walther Spinelli: Naqueles tempos, fui convidado a pertencer aos quadros do Noroeste de Bauru, mas devido a problemas particulares, acabei não assinando contrato. No ano seguinte, com os problemas sanados, recebi um convite da Internacional de Limeira e aceitei. Eu atraia a atenção dos treinadores porque batia na “criança” muito forte, com as duas “canetas”... Fui campeão da “Série Algodoeira”, jogando contra grandes atletas, como De Sordi, Mauro, Póy, Ademir da Guia, e outros craques do passado. Fui aprovado em dois testes, na Portuguesa e no Palmeiras, e quando estava para ir à Capital, em um desses times, sofri uma grave lesão no joelho que, infelizmente, me levou a encerrar a carreira.
TM: As corridas de cavalo são reconhecidas por se tratar de um esporte perigoso, que exige muita técnica e, sobretudo, uma completa interação homem/animal. Fale-nos um pouco dessa experiência.
Walther Spinelli: No interior, os jóqueis clubes famosos eram os de Campinas, São Carlos e Barretos, onde montei excelentes cavalos. O que mais gostei – e não me esqueço porque ganhei várias corridas com ele – foi o cavalo “Boa Viagem”, animal de grande porte e muito veloz. Antes das disputas, ficávamos acordados a noite inteira, pois existiam “malandros” que, se tivessem oportunidade, colocavam laxante na comida do cavalo ou cavavam buracos na raia em que você correria. Naquele tempo, o turfe era bem difícil.
TM: Quem foi melhor na sinuca: Carne Frita, Praça ou Rui Chapéu? O que é preciso para ser bom no taco?
Walther Spinelli: Referente à sinuca, convivi com os mais famosos. Quando eu era atleta da Internacional de Limeira, joguei várias vezes contra o Carne Frita e o Praça, fizemos grandes partidas, foi um aprendizado muito bom. O Carne Frita era sensacional, jogava muito; o Rui Chapéu estava começando e já mostrava muita habilidade. Para ser bom no taco é preciso ter precisão e, acima de tudo, muito treino!
TM: O Brasil manterá a hegemonia no futebol mundial?
Walther Spinelli: Acredito que o Brasil sempre manterá a hegemonia porque é um celeiro de craques, que aparecem todos os anos. Exemplos do momento: Neymar e Ganso. Porém, se puxarmos pela memória, vamos nos lembrar de vários jogadores que surgiram no passado – e isso não vai parar, daqui a pouco, estaremos comentando sobre outros dois ou três jovens que se destacarão no futebol.
TM: O senhor trabalhou nas maiores indústrias do setor do agronegócio. Algum dia pensou que nos campos de Taquaritinga a cana-de-açúcar iria prevalecer ao plantio de laranja?
Walther Spinelli: Sinceramente não! Quando trabalhei nas grandes indústrias, andava por toda região e o que se via era a predominância da fruta. As cidades de Limeira, Bebedouro e Monte Azul Paulista eram consideradas as “Capitais da Laranja”, e mesmo aqui em Taquaritinga havia muitos pomares... Jamais pensei que a cana-de-açúcar iria tomar conta de tudo.
TM: O que representa o “Título de Companheiro de Melvin Jones”?
Walther Spinelli: Representa o reconhecimento pelo trabalho humanitário. O Título de Companheiro de Melvin Jones foi criado em 1973 como uma maneira de ampliar seu compromisso com a Fundação Lions Clube Internacional. Na Sede Internacional, há um computador que exibe o nome de todos os companheiros que receberam a honraria. Em toda a história do Lions de Taquaritinga, apenas quatro sócios tiveram esse mérito – e agradeço por estar entre eles!
Esse é meu pai, sensacional................
ResponderExcluirEsse é o orgulho da família. Pena que nenhum herdeiro vingou, as esperanças agora fica sobre os netos.
ResponderExcluirTe amo muito Pai.
É isso aí meu caro. Parabéns por toda essa vivência e experiência fantástica de vida! Tive a honra de conhecê-lo e estar presente quando do recebimento dessa comenda de Melvin Jones, muito bem merecida!! Magnífico chefe de família e pai por excelência, tenho certeza que esta é somente uma parte de sua história, que com toda modestia acabou por nos contar... Companheiro com "C" MAIÚSCULO, amigo sincero e leal, tenha certeza também que os AMIGOS certamente sabem de sua grandiosidade, e, felizmente, tenho a honra de fazer parte deste seleto quadro... Abraços (fabiobaron_2@hotmail.com)
ResponderExcluirComo você disse é um especialista na arte de viver!
ResponderExcluirsó quem teve a oportunidade de viver comn esse personazem pode dizer.
Parabens pela entrevista.
Parabéns Wartão, muito boa a sua entrevista, essa de ser jóquei eu não sabia, abraços.
ResponderExcluirTenho muito orgulho de ser amigo cólega e companheiro desse cidadão, parabéns pela entrevista, um abraço.
ResponderExcluirMuito bom. Dr. Álvaro continua muito ativo e inclusive mergulhador depois dos 80.
ResponderExcluirQuero chegar lá assi!