terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Rogério Marin

EDIÇÃO COMEMORATIVA – n.º 40
Nossos agradecimentos aos entrevistados e nossas homenagens aos leitores-internautas! São 40 motivos para comemorar!

  Nesta EDIÇÃO ESPECIAL, conversamos com Rogério Marin. Taquaritinguense, filho do casal Carmem Raposo Marin e Antonio Alberto Marin, irmão da Vanessa Marin Casari, tio do Heitor. Veterinário formado pela Universidade de Marília, é um ativo defensor dos direitos dos animais – a cumplicidade com esses seres é um dom herdado da avó paterna, a saudoda Dona Nilce, falecida esposa do Alberto Marin. Rogério destaca-se também em outra área: é um cinéfilo de primeira, um estudioso da Sétima Arte. Leitor incansável de livros sobre o tema e também de biografias – princialmente de astros e estrelas do cinema –, se mantém atualizado indo, toda semana, a alguma cidade da região para assisitr aos mais diversos filmes.
Foi poprietário de uma locadora, com um acervo dos clássicos, filmes de arte, além dos blockbusters. Mantém uma coluna de sucesso no semanário Nosso Jornal, na qual se revela um crítico de alta qualidade. Com um texto limpo e bem escrito, traz informações das obras, descreve, com clareza, diretores e atores, e resume a parte técnica de modo que todos (e não só os aficionados) possam entender. Falamos, claro, de cinema! E também de animais, literatura – e do futuro da arte de Taquaritinga.


Tendência Municipal: Como você analisa a situação dos animais em Taquaritinga? Há problemas com zoonoses, animais de rua, ou está sob controle?

Rogério Marin: Penso que, como toda cidade, Taquaritinga sofre com problemas de cães abandonados, falta de espaço e pessoas dispostas para abrigá-los, falta de dinheiro... Mas vejo também um grupo especial de pessoas, sem vínculos políticos, que vem realizando um trabalho espetacular. Esse grupo é formado pela boa vontade e compaixão de gente como Juliana Pagliuso, Parê Acorsi, Márcia Pagliuso, Ana Benatti – que estão aí recolhendo esses animais, juntando dinheiro para castrá-los, fazendo campanhas para arrecadar fundos, indo atrás com seus recursos próprios. Vou dizer mais: esse trabalho, no longo prazo, será exemplo para outras cidades!

TM: Diz o poeta que “quanto mais conheço o ser humano, mais eu gosto do meu cachorro”...

Rogério: (Hummm...). Não sei responder a essa questão, concordo em termos! Vejo o ser humano sendo capaz de muita maldade, crueldade contra animais e, principalmente, contra o outro ser humano. Mas vou usar aqui uma frase do “Diário de Anne Frank”: “Ainda creio que, no fundo, os seres humanos têm bom coração.” Precisamos acreditar nisso, que o ser humano é capaz de se reposicionar, de rever suas posturas. Outro dia, uma amiga, muito esotérica e sensível, fez um comentário, bem interessante, sobre essa onda de torturas e maldades contra animais que acompanhamos nos noticiários. Ela falou assim: “Rogério, neste ano de 2012 vamos ver muitas tragédias, crueldade contra animais. Mas será assim que o ser humano vai reencontrar o amor ao próximo, despertar a compaixão, a generosidade...”. Achei demais. Basta ver a repercussão que esses casos de violência contra animais geram no País.

TM: Suas críticas de cinema conseguem um feito notável, que é tratar os mais diferentes filmes respeitando suas características, sem “comparar” as produções brasileiras e européias com as de Hollywood. É isso mesmo?

Rogério: Na verdade, não tenho formação nenhuma em cinema ou jornalismo – apenas gosto da leitura e do cinema. Por isso, não posso fazer comentários técnicos. Escrevo como esses filmes me tocaram, a emoção que despertaram em mim, a beleza da história. Acho que só palpito (risos). Pra mim é interessante a linguagem do cinema europeu, latino, nacional, e do americano, tento me envolver com a produção, com o enredo, sem comparação. Todos têm seu mérito e merecem aplauso. Ultimamente tenho contado mais histórias de vidas e biografias, feito menos comentários de filmes.

TM: Existe um cinema genuinamente nacional?

Rogério: No meu ponto de vista, penso que sim, existe um cinema genuinamente nacional – que começou com Mazzaropi, que afirmava que o segredo do seu sucesso era falar a língua do povo. Depois, tivemos Glauber Rocha e o Cinema Novo e suas representações sobre o cangaço, o coronelismo, o populismo, em que uma nova identidade brasileira era trazida ao povo pelas mãos de uma elite cultural e intelectualizada. Modernamente, tivemos Fernando Meirelles, com “Cidade de Deus”; Andrucha Waddington, com “Eu, Tu, Eles”, estrelado por Regina Casé; enfim, um cinema genuinamente brasileiro está sendo feito...

TM: Como você vê a relação da Literatura com a 7.a Arte?

Rogério: Como o cinema mundial é uma indústria fortíssima, são feitos roteiros de tudo e sobre tudo; se não servem para cinema, são transformados em filme para TV, séries. Enfim, os roteiristas – principalmente norte-americanos – e os estúdios estão atrás de tudo o que possa render uma boa história. Os direitos autorais de grandes obras são disputadíssimos por diretores e produtores. Acho ótimo ver a transformação das letras de um livro em imagens na telona. É uma parceria necessária e que muitas vezes garante o retorno de público, se a obra for um sucesso. Em alguns casos, a obra é tão criticada como a adaptação, como “Comer, Rezar e Amar”, ou não se sai tão bem, como “O Menino do Pijama Listrado”, mas é importante essa parceria. A notícia mais nova é que a ex-senadora [e ex-candidata a presidente da Colômbia] Ingrid Betancourt – refém por seis anos nas selvas colombianas pelas Farc e autora do livro “Não Há Silêncio que Não Termine” – será vivida no cinema pela “bond girl” italiana Catarina Murino. Olha aí um livro de uma latino-americana em Hollywood!

TM: Taquaritinga produziu grandes nomes, na pintura (Maguetas, Alexandre Fausto), escultura (Ricardo De Lucca), letras (José Paulo Paes, Ivete Tannus), artes cênicas (Genésio de Barros, Gabriel Miziara), música (Ana Salvagni, Ed Gagliardi) etc. – e também no cinema, como Jeremias Moreira (diretor de O Menino da Porteira) e Jair Peres (montador de O Cheiro do Ralo). Qual o futuro da arte taquaritinguense?

Rogério: São todos muito talentosos e queridos. Acho que se o governo municipal investisse mais em oficinas culturais, trouxesse eventos, despertasse o interesse pela cultura em geral – literatura, cinema, teatro, dança, música, pinturas –, teríamos mais nomes se destacando. Sabe que você deu uma grande sugestão para uma coluna do Nosso Jornal? Fazer um trabalho sobre a obra desses taquaritinguenses, no estilo do que foi feito com o cineasta Clery Cunha – que foi um sucesso, elogiado pela produção do filme “Tiradentes City”. Há uns dois anos recebi no meu consultório o Genésio de Barros – pouco antes de começar a gravar a novela “A Favorita” – de uma simplicidade e simpatia extremas. Daria uma matéria imperdível. Vou conversar isso com a Lívia Nunes: escrever sobre cada um desses talentos por semana!

Um comentário:

  1. Que alegria Rogério,saber de mais essa sua proeza,fiquei muito orgulhosa de vc e por ser sua amiga.que bom seria se todos pensassem assim feito vc e que fossem a luta.peço ao Bom Deus que continue te abençoando e nos dando essa alegria e sensibilidade á tudo que vc nos passa.sou sua fã,sempre !um beijo e Obrigado por existir.

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